E eis que mídia
golpista subserviente pergunta em seu portal de notícias oficiais do PH qual é
a melhor moqueca: BA ou ES? Bitch, please
, get real!
Em um grande
grupo de discursão em uma rede social, foi replicada mesma questão que a grande
mídia postou hoje em seu portal de nóticias oficiais do governo do Estado:
pensa em conluio, então, a mesma coisa. Pergunta no portal era:
Qual é a melhor moqueca: a
ES ou BA.
E sem pensar
muito, entrei de cabeça no debate. E sempre tomo precauções acerca destes
debates. Tem sempre gente usando de má-fé, fugindo do tópico, sendo
intolerante. Não à toa estas pessoas ficam tão mal nas redações do Enem/vestibular
ou, passam mais vergonha quando têm de entregar um relatório ao chefe com uma
pobreza textual que é penosa. Nem me refiro aos emails, indecifráveis. Aplicativos
de mensagens gritando não com erros de escrita, mas de semântica mesmo. Mas o
debate aqui não é este e sim: qual é a melhor moqueca?
Então eu
repliquei a uma das pessoas que estavam no post. Já que ao apontar certos
problemas no atendimento, sendo, que para comer um prato típico de uma região
requer além de bons produtos, um ambiente caloroso e um exímio atendimento, logo,
qual a melhor moqueca já era carta fora do baralho e eu sigo chamando atenção
para outro ponto, transversal à moqueca: O conluio da mídia golpista com o
atraso turístico capixaba. Nossa nova barreira verde do século XXI.
O fato de ser
uma mídia tão subserviente ao capital que está por trás desta enquete, sendo
ela feito aos capixabas, é que chama a minha atenção para o bairrismo que aumenta
quando estas questões ressurgem de verão em verão. Incapaz de compreender o que
estava falando, ela escolheu refutar minha linha de pensamento e se concentrou
em entender que eu estava menosprezando, atacando, desqualificando o Espírito
Santo.
A partir dai, foi
a minha vez de refutar ao espaço daquela rede social e ter de recorrer ao meu
canto para melhor explica-la. Caso ela queira, quem sabe ela clica n link e
compreende o que estou falando. Caso não, continuo falando “para minha própria pessoa”,
citando a estimada Madame Satã. Naquela rede social alguns parágrafos de
pensamento já seria considerado textão. Sendo a modinha por si, imagino ser esta
também uma estratégia de desqualificação do debate. Segue o que propunha lá.
- Fulana, não
estou menosprezando o ES. Estou apenas sendo realista. Ou não estamos lendo a
cada minuto nessa página (referência na imagem) posts que evidenciam minha
fala: existe uma politica de mau atendimento aqui no ES; o que as pessoas não
gostam é quando alguém evidencia isso. Ai algumas pessoas, munidas de muito bairrismo
e de pouco conhecimento, falam que é desvalorizar o nosso ES. Não, não é. E
quanto à moqueca, ela não é exclusividade do estado do Espírito Santo.
Sabemos que numa
nação heterogênea como o Brasil, tais comidas, de origens indígenas e
africanas, se repetiriam em outros territórios geográficos. Existe moqueca em
tudo que é canto do Brasil. MS, RN, RS, PA e em outros estados.
Considero que
quando nós capixabas sem estudos comprovados somos ‘orientandos’ por esta mídia
manipuladora quando fala sobre turismo nos meses do verão apenas é que desqualificamos
as belezas e potencialidades de nosso Espírito Santo.
Nós sabemos que
o turismo está nas mãos de poucos empresários que já detém outros negócios em
outras indústrias, o que se configura uma oligarquia. Nós nos silenciamos. Nós preferimos
vir às redes sociais para debater com achismos se nossa moqueca é melhor que a
baiana? São esses os ecos da ignorância que nos mantém de fora do debate
turístico. Assim é que eu considero: estarmos inferiorizando nossa cultura ao compará-la com de outros estados. Cada um
possui a sua particularidade. E o estado do Espírito Santo tem o seu lugar de
fala dentro da unidade federativa. Mas ainda não descobriu qual é.
Aqui em nossas terras é que nos
inferiorizamos ainda mais quando atendemos mal nossos clientes locais ou de
fora. O capixaba, consumidor dessa mídia alienante, que se se inferioriza
quando no verão só oferece quadra de escola de samba e praia. Teatros fechados,
total ausência de exposições de arte e cinemas de shopping com filmes
comerciais apenas? Restaurantes que insistem em fechar as portas ás 22h e não
me inicie falando dos supermercados lacrados aos domingos. É isso que temos pra
oferecer ao turista acostumado a viajar o mundo a nossa volta? Não falarei da
praia de minério por que isso já é obvio.
Sigo defendendo ainda que somos nós,
capixabas, que nos descreditamos quando não estudamos e conhecemos de fato a
nossa própria cultura e gente. O currículo escolar não aborda a questão do turismo com eficiência a
atender a demanda dos capixabas. Quando dizemos que se deva abordar a questão turística
não me refiro apenas à cultura italiana,
alemã ou pomerana – tão coberta pela mídia dominante. Igualmente branca
e europeia.
Devemos igualmente abordar a questão
dos indígenas, quilombolas e negros. Eis ai uma cobertura que a mídia, que se
utiliza de estratagemas baratos, facilmente desmascarados quando estudamos, se
aproveita e segue apagando nossa identidade.
Agora, eu sinceramente não tenho paciência
para pequenos debates. Não há comparações entre estados. Seria uma ignorância
contra a nossa diversidade e pluralidade nacionais. O Espírito Santo precisa é
se redescobrir e o caminho não é qual é a melhor.
Quando eu saio para comer com meus
amigos, o que o faço com quase frequência aqui na grande Vitória e quando
viajo, acredito que estou
vivenciando uma experiência. Não dá para aceitar estabelecimentos que mantém a
mesma garrafa de azeite e apenas trocando o refil. Não dá para aceitar que em
um quiosque de beira de praia, nosso maior trunfo no verão nacional, o peixe
esteja com cara de quem saiu direto das docas da Vale do rio Doce. Muito menos
podemos aceitar um que em um estabelecimento na Serra, um celular foi ‘perdido’
com uma mesa cheia de gente e somente o garçom, minutos mais tarde, afirma que
o referido tinha sido entregue por outra cliente às mãos dele. Há casos de
deliveries de lanches que demoraram até três horas para serem entregues. Isso
apenas na área de comida. E os problemas se agigantam a uma proporção tão veloz
quanto os replies dessa postagem.
Eu acredito no
meu estado. Eu nasci na Pro-Matre ao lado do tradicional Colégio Salesiano. Quando
cheguei de fora do país tinha um ceara de alternativas e eu escolhi voltar para
o Espírito santo. Aqui sou professor do curso técnico da rede estadual. Leciono
no ensino fundamental e médio. É aqui nessa terra que estudo meu mestrado na
área de ciências da educação e refiz a minha vida. Lógico que o Espírito Santo
cresceu nos últimos doze anos. É notável a transformação social que o trabalho
e o empreendedorismo fizeram ao nosso estado. Porém não sejamos demagogos. É
disso que nossa terra não precisa: mais demagogia. Restauraremos o nosso e o
que podemos fazer?
Vocês empreendedores,
que tal não mais sacanearem o cliente. Sejamos uma terra conhecida
nacionalmente pelo nosso zelo com o outro, que não é apenas um cliente; é igual
a mim e demanda um excelente serviço, pois, estamos ali ajudando o nosso estado
a crescer sendo consumidores, sendo empreendedores, sendo colaboradores
pagadores de impostos e, com uma economia solidária, nos mantendo longe cada
vez mais distantes da dependência estatal. É disso que me refiro quando aponto
sim que o debate está errado. Tolo, não é a moqueca.
Não devemos
concentrar forças em descobrir qual é melhor moqueca: baiana ou capixaba quando
ainda ficamos iguais a papagaios repetindo uma frase tão clichês quanto certos
pontos de vista nessa postagem – que aliás nem repetirei, a frase.
Temos de ser
conhecidos pela excelência e se a excelência começa por não sermos demagogos ou
sonegadores de imposto, peça a nota, eu estou nessa batalha. Só não me peça
para ser assaltado em silencia quando saio para ter uma experiência com os meus
queridos e com a minha própria pessoa. É por muitos acreditarem que não temos o
direito de gritar é que estamos indo para a ditadura do patronato. E
manipulados, achamos graça. Damos risadas.
Sabe a quem
serve esse bairrismo pequeno entre moquecas que nem os baianos tem interesse,
já que eles têm Ivete? Não a mim e muito menos a você. Pior
ainda para o Espírito Santo. Pense nisso.
Ironia do
destinos? Vitória é a 3ª
melhor capital do País em qualidade de vida, segundo o Índice Firjan
e Vitória
é classificada pela ONU como 2ª melhor cidade para se viver. Se tiver estomago, confira AQUI
o link do grupo de discussão.
Nota: De acordo
com Moderna gramática portuguesa, Evanildo
Bechara explica que semântica é a significação dos vocábulos que está intimamente
relacionada com o mundo das ideias e dos sentimentos; “entre as ideias, entre
os pensamentos não há separação absoluta, por isso que as associações se
estabelecem, sem cessar de uns para outros (...)”. (p.340)