Friday, October 8, 2010

Eu vejo TV - GLEE


O terceiro episodio da aclamada serie foi engraçado, mas pesado. Julgando os padrões de conservadorismo estadunidense. O tema, fé, foi abordado na teoria e pratica. Talvez o por isso o programa funcione tão bem. E estou acompanhando o programa na mesma temporada dos USA. Nada de esperar pela FOX Brasil. Para isso existe internet.

Vamos a ele. O mocinho da serie, enquanto fazia seu queijo quente, o deixa queimar. Mas na visão dele quando ele olha para o alimento ele enxerga Jesus. E a partir daí os desdobramentos acontecem. Seu primeiro desejo eh para ganhar o jogo inicial do campeonato; quando vê seu primeiro desejo atendido, ele parte para um desejo mais ambicioso; que a namorada o permite tocar os seios dela e o terceiro pedido eh que ele recupere o posto de mais popular da escola. Com conseqüências nos pedidos, a serie se desenrola. Ele comenta na aula musical que havia visto Jesus no pão de forma. Os colegas riem e ai, a temática fé entra em ação.

O garoto gay da serie, que não acredita em Jesus e explica de forma coerente suas razoes, rouba a cena. Todos os integrantes do coral ficam chocados com sua revelação. Eis ai um ponto que chama atenção: a ditadura da maioria.

Para o menino homossexual, o fato de as pessoas acreditarem que ele escolheu sua opção de vida e fazem piadas constantes de sua escolha, Jesus não o colocaria no mundo para que fosse alvo de violentos ataques. Então, ele não crê que Jesus seja tão inocente como o grupo apregoa que é. Ele pede incessantemente que as pessoas respeitassem sua opinião o que não acontece ao longo da estória. Como um rolo compressor os colegas fazem suas vontades valerem frente à “indiferença” do garoto. E o drama segue se desenrolando.

Alias também chama a atenção quando a tal insuportável professora de educação física une forças com o gay, pois ambos não acreditam em Jesus. O que me leva a crer que quando recuados, nos unimos aos que menos esperamos. Eles se unem para que o assunto religião não fosse debatido na sala de aula. Hum.

No meio desse massivo (des)controle midiatico e fashion, os adolescentes não tem mais referencias e o seriado, com sua junção musica e historia, permite a estes adolescentes, uma visão centrada, com inicio, meio e fim. Glee junta na pratica o que eles estão pensando. As inseguranças, medos, incertezas e alegrias.

E é ai que mora a formula de sucesso, a meu ver do seriado GLEE. Quando Britney Spear foi tema do segundo episodio, 13.3 milhões colaram na TV, for a aqueles que como eu, usei a internet para saciar a vontade de ver o ícone pop dos anos 90.

Glee como o próprio Miguel Falabela colocou tão bem outro dia numa entrevista de um jornal carioca funciona, pois é bem feito, tem pique, tem ritmo e têm profissionais. Todos os envolvidos na serie* cantam e atuam ha anos. E desde pequenos. São profissionais das artes cênicas. O que falta ao seriado Malhação da TV Globo, fazendo uma rápida comparação? Falta talento.

O que a serie significa para a essa geração? Uma ligação entre o atual e o passado. De forma contemporânea. No Itunes, a maior parte das musicas cantadas no seriado estão entre os top 10 mais vendidos. Na Bilboard200, pelo menos 25 musicas dos anos 70, 80 e 90 estão presentes entre as vendidas.

O uso da contemporaneidade se dá sem a overdose do uso da tecnologia. Dentro da escola McKinsley High você não vê adolescentes com celulares, ipods e afins nas salas de aula ou nos corredores. Nos sabemos que ela esta lá, sendo citada, mas não mostrada. Ainda bem. Glee ainda coloca de certa forma, ordem a estes adolescentes que inconscientemente clamam por apoio, direção e compreensão. Afinal são apenas adolescentes.

* vide Google para pesquisar nomes da equipe


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