Wednesday, October 20, 2010

momento historico cultural da televisao.





Nesse video, vemos a magnifica Beatriz Segall dissecando sua personagem Odette Roitman, na novela Vale Tudo de Gilberto Braga, 1988.

No texto abaixo eem negrito, de Danilo Thomaz, vemos a situacao economica do Brasil da novela.


Crônicas da vida financeira
segunda-feira, 18 de outubro de 2010 - 
O Brasil da novela Vale Tudo 
Vale Tudo é uma das poucas novelas que mesmo os que não a viram a conhecem (os que a assistiram sentem falta). Trata-se da história de Maria de Fátima (Glória Pires) e Raquel Acioli (Regina Duarte), mãe e filha determinadas a vencer na vida de maneira distinta: a primeira, pragmática e inescrupulosa; a segunda, honesta e trabalhadora.

Exibida em 1988, e lembrada não só pelas artimanhas de Maria de Fátima, como pela maldade, elegância e assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall), Vale Tudo faz um acerto de contas de um país arrasado consigo mesmo. Nela, seus personagens vivem assombrados pelo desemprego, desestabilizados pela inflação e açoitados pela descrença de um futuro no país que levou 20 anos para sair de uma ditadura e acordou em profunda crise econômica.

Raquel, ao contrário da classe C brasileira do século XXI, é uma mulher que batalha simplesmente pela sobrevivência, sem qualquer direito e condições de adquirir o bem que fosse. Enganada pela filha, que vendeu a casa em que viviam e fugiu para o Rio de Janeiro, vai atrás dela na capital fluminense. Ali, sem conseguir emprego, começa a vender sanduíche natural na praia.

Maria de Fátima, por sua vez, não acredita que seja possível ascender socialmente de maneira honesta. Viu sua mãe trabalhar, ser íntegra e não chegar a lugar nenhum; assim como o avô, que morre no primeiro capítulo.

Os ricos – esnobes, corruptos e alineados – passam o dia à beira da piscina – sustentados pelos rendimentos da inflação – e as noites em festas. Os que trabalhavam, viviam entre negociatas, críticas mordazes ao Brasil (o complexo de vira-latas diagnosticado por Nelson Rodrigues era ainda mais presente naquela época) e um ar empáfia e superioridade social e humana ante os demais.

Os pobres são tensos, têm medo de perder o emprego e passar por sérias dificuldades. O preço do pão, da carne, do leite é o assunto deles à mesa, que agradecem a Deus por ainda ter o que comer.

O caso mais emblemático e que mais se choca com o Brasil deste início de século, é o de Ivan (Antonio Fagundes).

Um dos poucos personagens com formação superior – paga com toda dificuldade do mundo pelo seu pai –, Ivan deixou o emprego em São Paulo para trabalhar numa empresa carioca que lhe pagaria mais. Ao chegar para o seu primeiro dia de trabalho, descobre que 90% dos funcionários foram demitidos. Ele inclusive.

A partir daí, Ivan luta para conseguir um emprego que pague suas contas e a pensão para seu filho, já que sua ex-mulher, Leila (Cássia Kiss), nega-se a trabalhar como vendedora de loja. Como quase ninguém consumia naquele país de economia fechada e hiperinflação, ela não achava um bom negócio passar o dia em pé.

Ivan, porém, tem que se defrontar com um grande obstáculo em sua tentativa de voltar ao mercado de trabalho: a sua formação. Ele é qualificado demais para os empregos que procura. Ao omitir que fez faculdade, consegue uma vaga como assistente de telégrafo na TCA, a empresa de aviação de Odete Roitman.

A música de abertura da novela era Brasil, de Cazuza. A que ilustra o país arrasado pela hiperinflação, estagnação econômica, abismo social, desordem, obsolência política e desamparo é o clássico de Gonzaguinha, É.


E depois havera mais preparo e esmero sobre essa obra sociologica que voltou a agitar o Brasil, na tv a cabo, elevando os indices de audiencia no horario das 0.15 as 1.15. Recorde dos recordes.


E vale tudo mesmo!
Ate fazer com que a filha pense que tenha assassinado o proprio irmao.
 Desmascarada no proximo viceo...






. R .

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